O orgulho vos leva a vos julgardes mais do que sois, a não acreditar uma comparação que vos possa rebaixar, e a vos considerardes, ao contrário, de tal maneira acima de vossos irmãos, seja na finura de espírito, seja no tocante à posição social, seja ainda em relação às vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e vos fere. E o que acontece, então? Entregai-vos à cólera.
Procurai a origem desses acessos de demência passageira, que vos assemelham aos brutos, fazendo-vos perder a sangue-frio e a razão; procurai-a, e encontrareis quase sempre por base o orgulho ferido. Não é acaso o orgulho ferido por uma contradita, que vos faz repelir as observações justas e rejeitar, encolerizados, os mais sábios conselhos? Até mesmo e impaciência, causada pelas contrariedades, em geral pueris, decorre da importância atribuída à personalidade, perante a qual julgais que todos devem curvar-se.
No seu frenesim, o homem colérico se volta contra tudo, à própria natureza bruta, aos objetos inanimados, que espedaça, por não o obedecerem. Ah, se nesses momentos ele pudesse ver-se a sangue-frio, teria horror de si mesmo ou se reconheceria ridículo! Que julgue por isso a impressão que deve causar aos outros. Ao menos pelo respeito a si mesmo, deveria esforçar-se, pois, para vencer essa tendência que o torna digno de piedade.
Se pudesse pensar que a cólera nada resolve, que lhe altera a saúde, compromete a sua própria vida, veria que é ele mesmo a sua primeira vítima. Mas ainda há outra consideração que o deveria deter: o pensamento de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não sentirá remorsos por fazer sofrer as criaturas que mais ama? E que mágoa mortal não sentiria se, num acesso de arrebatamento, cometesse um ato de que teria de recriminar-se por toda a vida! Em suma: a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem, e pode levar a fazer-se muito mal. Isto deve ser suficiente para incitar os esforços por dominá-la. O espírita, aliás, é incitado por outro motivo: o de que ela é contraria à caridade e á humildade cristã.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso passará pela vida sem ver nada. Albert Einstein
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sexta-feira, 24 de maio de 2013
terça-feira, 21 de maio de 2013
Obediência e Resignação
A doutrina de Jesus ensina sempre a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura, muito ativas, embora os homens as confundam erroneamente com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão: a resignação é o consentimento do coração. Ambas são forças ativas, porque levam o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair. O poltrão não pode ser resignado, assim como o orgulho e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes desprezadas pela antiguidade materialona (materialista). Chegou no momento em que a sociedade romana perecia nas fraquezas da corrupção, e veio fazer brilhar, no seio da humanidade abatida, os triunfos do sacrifício e da renúncia à resistência.
Cada época é assim marcada pelo cunho da virtude ou do vício que a devem salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual, seu vício é a indiferença moral. Digo somente atividade, porque o génio se eleva de súbito e descobre de relance os horizontes que a multidão só verádepois dele, enquanto a atividade é a reunião dos esforços de todos, para atingir um alvo menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos ao impulso que vimos dar aos vossos Espíritos. Obedecei à grande lei do progresso que é a palavra da vossa geração. Infeliz do Espírito preguiçoso, daquele que fecha o seu entendimento! Infeliz, porque nós, que somos os guias da humanidade em marcha, o chicotearemos, e forçaremos a sua vontade rebelde, com o duplo esforço do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa deverá ceder, cedo ou tarde. Mas bem-aventurados os que são mansos, porque darão ouvidos dóceis aos ensinamentos.
Texto retirado do Livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Cada época é assim marcada pelo cunho da virtude ou do vício que a devem salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual, seu vício é a indiferença moral. Digo somente atividade, porque o génio se eleva de súbito e descobre de relance os horizontes que a multidão só verádepois dele, enquanto a atividade é a reunião dos esforços de todos, para atingir um alvo menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos ao impulso que vimos dar aos vossos Espíritos. Obedecei à grande lei do progresso que é a palavra da vossa geração. Infeliz do Espírito preguiçoso, daquele que fecha o seu entendimento! Infeliz, porque nós, que somos os guias da humanidade em marcha, o chicotearemos, e forçaremos a sua vontade rebelde, com o duplo esforço do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa deverá ceder, cedo ou tarde. Mas bem-aventurados os que são mansos, porque darão ouvidos dóceis aos ensinamentos.
Texto retirado do Livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
segunda-feira, 20 de maio de 2013
A paciência
A dor é uma bênção que Deus, envia aos seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo-poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no céu.
Sede pacientes, pois a paciência é também caridade, e deveis praticar a lei da caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e consequentemente bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho, para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa paciência.
A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir. Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensação que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra.
Coragem, amigos: o Cristo é o vosso modelo. Sofreu mais que qualquer um de vós, e nada tinha de que se acusar, enquanto tendes a expiar o vosso passado e de fortalecer-vos para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos: estas palavra resume tudo.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Sede pacientes, pois a paciência é também caridade, e deveis praticar a lei da caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, e consequentemente bem mais meritória, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho, para serem os instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa paciência.
A vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir. Mas é necessário olhar para os deveres que nos são impostos, e para as consolações e compensação que obtemos, pois então veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto, do que quando curvamos a fronte para a terra.
Coragem, amigos: o Cristo é o vosso modelo. Sofreu mais que qualquer um de vós, e nada tinha de que se acusar, enquanto tendes a expiar o vosso passado e de fortalecer-vos para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos: estas palavra resume tudo.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Hipocrisia
A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que a sua manifestação. Entretanto, nem sempre se deve fiar nas aparências, pois a educação e o traquejo do mundo podem dar o verniz dessas qualidades. Quantos há, cuja fingida bonomia é apenas uma máscara para uso esterno, uma roupagem cujo corte bem calculado disfarça as deformidades ocultas! O mundo está cheio de pessoas que trazem o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são doces, contando que ninguém as moleste mas que mordem a menor contrariedade; cuja língua, doirada quando falam face a face, se transforma em dardo venenoso, quando falam por trás.
A essa classe pertencem ainda esses homens que são benignos fora de casa, mas tiranos domésticos, que fazem a família e os subordinados suportarem o peso do seu orgulho e do seu despotismo, como para compensar o constrangimento a que se submetem lá fora. Não ousando impor sua autoridade aos estranhos, que os colocariam no seu lugar, querem pelo menos ser temidos pelos que não podem resistir-lhes. Sua vaidade se satisfaz com o poderem dizer: "Aqui eu mando e sou obedecido", sem pensar que poderiam acrescentar, com mais razão: "E sou detestado".
Não basta que os lábios destilem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso, trata-se de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, jamais se desmente.É o mesmo para o mundo ou na intimidade, e sabe que se pode enganar os homens pelas aparências, não pode enganar o Deus.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
A essa classe pertencem ainda esses homens que são benignos fora de casa, mas tiranos domésticos, que fazem a família e os subordinados suportarem o peso do seu orgulho e do seu despotismo, como para compensar o constrangimento a que se submetem lá fora. Não ousando impor sua autoridade aos estranhos, que os colocariam no seu lugar, querem pelo menos ser temidos pelos que não podem resistir-lhes. Sua vaidade se satisfaz com o poderem dizer: "Aqui eu mando e sou obedecido", sem pensar que poderiam acrescentar, com mais razão: "E sou detestado".
Não basta que os lábios destilem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso, trata-se de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, jamais se desmente.É o mesmo para o mundo ou na intimidade, e sabe que se pode enganar os homens pelas aparências, não pode enganar o Deus.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Quem possuirá a Terra?
Mas o que dizia Jesus por estas palavras: "Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra."? Não ensinou ele a renúncia aos bens terrenos, prometendo os do céu?
Ao esperar os bens do céu, o homem necessita dos bens da terra para viver. O que ele recomenda, portanto, é que não se dê a estes últimos mais importância que os primeiros.
Por essas palavras, ele quer dizer que até agora os bens da terra foram açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos mansos e pacíficos. Que a estes falta frequentemente a necessário, enquanto os outros dispõem do supérfluo. E promete que justiça lhes será feita, assim na terra como no céu, porque eles serão chamados filhos de Deus. Quando a lei de amor e caridade for a lei da humanidade, não haverá mais egoísmo; o fraco e o pacífico não serão mais explorados nem espezinhados pelo forte e violento. Será esse o estado da Terra, quando segundo a lei de progresso e a promessa de Jesus, ela estiver transformada num mundo feliz, pela expulsão dos maus.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Ao esperar os bens do céu, o homem necessita dos bens da terra para viver. O que ele recomenda, portanto, é que não se dê a estes últimos mais importância que os primeiros.
Por essas palavras, ele quer dizer que até agora os bens da terra foram açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos mansos e pacíficos. Que a estes falta frequentemente a necessário, enquanto os outros dispõem do supérfluo. E promete que justiça lhes será feita, assim na terra como no céu, porque eles serão chamados filhos de Deus. Quando a lei de amor e caridade for a lei da humanidade, não haverá mais egoísmo; o fraco e o pacífico não serão mais explorados nem espezinhados pelo forte e violento. Será esse o estado da Terra, quando segundo a lei de progresso e a promessa de Jesus, ela estiver transformada num mundo feliz, pela expulsão dos maus.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Bem-Aventurados
"Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão à Terra."
Mateus, V: 4
"Bem.aventurados os mansos, porque serão chamados filhos de Deus."
Mateus, V: 9
"Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar será réu no juízo. Pois eu vos digo que todo o que se ira contra o seu irmão será réu no juízo; e o que disser a seu irmão: raca, será réu no conselho; e o que disser; és louco, merecerá a condenação do fogo do inferno.
Mateus, V 21-22
Por estas máximas, Jesus estabeleceu com lei a doçura, a moderação, a mansuetude, a afabilidade e a paciência. E, por consequência, condeno a violência, a cólera, e até mesmo toda expressão descortês para com os semelhantes. Raca era entre os hebreus uma expressão de desprezo, que significava homem reles, e era pronunciada cuspindo-se de lado. E Jesus vai ainda mais longe, pois ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.
É evidente que nesta, como em qualquer circunstância, a intenção agrava ou atenua a falta. Mas por que uma simples palavra pode ter tamanha gravidade, para merecer tão severa reprovação? É que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei de amor e caridade, que deve regular as relações entre os homens, mantendo a união e a concórdia. É um atentado à benevolência recíproca e à fraternidade, entretendo o ódio e a animosidade. Enfim, porque depois da humildade perante Deus, a caridade para com o próximo é a primeira lei de todo cristão.
Texto retirado do livro "O Evangelho segundo o espiritismo" de Allan Kardec
Mateus, V: 4
"Bem.aventurados os mansos, porque serão chamados filhos de Deus."
Mateus, V: 9
"Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar será réu no juízo. Pois eu vos digo que todo o que se ira contra o seu irmão será réu no juízo; e o que disser a seu irmão: raca, será réu no conselho; e o que disser; és louco, merecerá a condenação do fogo do inferno.
Mateus, V 21-22
Por estas máximas, Jesus estabeleceu com lei a doçura, a moderação, a mansuetude, a afabilidade e a paciência. E, por consequência, condeno a violência, a cólera, e até mesmo toda expressão descortês para com os semelhantes. Raca era entre os hebreus uma expressão de desprezo, que significava homem reles, e era pronunciada cuspindo-se de lado. E Jesus vai ainda mais longe, pois ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.
É evidente que nesta, como em qualquer circunstância, a intenção agrava ou atenua a falta. Mas por que uma simples palavra pode ter tamanha gravidade, para merecer tão severa reprovação? É que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei de amor e caridade, que deve regular as relações entre os homens, mantendo a união e a concórdia. É um atentado à benevolência recíproca e à fraternidade, entretendo o ódio e a animosidade. Enfim, porque depois da humildade perante Deus, a caridade para com o próximo é a primeira lei de todo cristão.
Texto retirado do livro "O Evangelho segundo o espiritismo" de Allan Kardec
domingo, 12 de maio de 2013
Espera e tem Coragem
E agora algumas palavras para ti, minha pobre sofredora: espera e tem coragem! Se eu te dissesse: Minha filha, teus olhos vão abrir-se, como ficarias alegre! E quem sabe se esta alegria não te perderia? Tem confiança no bom Deus, que fez a felicidade e permite a tristeza! Farei tudo o que me for permitido em teu favor; mas, por tua vez, ora, e sobretudo, pensa em tudo o que venho de dizer-te.
Antes de me afastar, vós todos, que estais aqui, recebei a minha bênção.
Nota:
Quando uma aflição não é a consequência dos atos da vida presente, é necessário procurar a sua causa numa vida anterior. Isso que chamamos caprichos da sorte nada mais são que os efeitos da justiça de Deus. Ele não aplica punições arbitrárias, pois quer sempre que entre a falta e a pena exista correlação. Se, na sua bondade, lança um véu sobre os nossos atos passados, entretanto nos aponta o caminho, ao dizer: Quem matou pela espada, pela espada perecerá, palavras que podemos traduzir assim: "Somos sempre punidos naquilo em que pecamos". Se, pois, alguém é afligido perda da visão, é que a vista foi para ele uma causa de queda. Talvez também tenha sido causa de perda da vista para outro; pode ter ficado cego excesso de trabalho que lhe impôs, ou ainda em consequência de maus tratos, de falta de cuidados, etc..., e então sofre agora a pena de talião. Ele mesmo, no seu arrependimento, pode ter escolhido esta expiação, aplicando a si próprio estas palavras de Jesus: "Se vosso olho for motivo de escândalo, arrancai-o".
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Antes de me afastar, vós todos, que estais aqui, recebei a minha bênção.
Nota:
Quando uma aflição não é a consequência dos atos da vida presente, é necessário procurar a sua causa numa vida anterior. Isso que chamamos caprichos da sorte nada mais são que os efeitos da justiça de Deus. Ele não aplica punições arbitrárias, pois quer sempre que entre a falta e a pena exista correlação. Se, na sua bondade, lança um véu sobre os nossos atos passados, entretanto nos aponta o caminho, ao dizer: Quem matou pela espada, pela espada perecerá, palavras que podemos traduzir assim: "Somos sempre punidos naquilo em que pecamos". Se, pois, alguém é afligido perda da visão, é que a vista foi para ele uma causa de queda. Talvez também tenha sido causa de perda da vista para outro; pode ter ficado cego excesso de trabalho que lhe impôs, ou ainda em consequência de maus tratos, de falta de cuidados, etc..., e então sofre agora a pena de talião. Ele mesmo, no seu arrependimento, pode ter escolhido esta expiação, aplicando a si próprio estas palavras de Jesus: "Se vosso olho for motivo de escândalo, arrancai-o".
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Verdade sobre Cegueira
Meus bons amigos, por que me chamastes? Para que eu imponha as mãos sobre esta pobre sofredora que está aqui, e a cure? Ah, que sofrimento, bom Deus! Perdeu a vista, e as trevas se fizeram para ela. Pobre criança! Que ore e espere. Eu não sei fazer milagres, sem a vontade do bom Deus. Todas as curas que obtive, e que conheceis, não as atribuais senão Àquele que é o Pai de todos nós. Nas vossas aflições, voltai sempre os vossos olhos para o céu, e dizei, do fundo do vosso coração: "Meu Pai, curai-me, mas fazei que a minha alma doente seja curada antes das enfermidades do corpo; que minha carne seja castigada, se necessário, para que a minha alma se eleve para vós com a brancura que possuía quando a criaste." Após esta prece, meus bons amigos, que o bom Deus sempre ouvirá, a força e a coragem vos serão dadas, e talvez também a cura que temerosa mente pedistes, como recompensa da vossa abnegação.
Mas desde que aqui me encontro, numa assembleia em que se trata sobretudo de estudar, eu vos direi que os que estão privados da vista deviam considerar-se como os bem-aventurados da expiação. Lembrai-vos de que Cristo disse que era necessário arrancar o vosso olho, se ele fosse mau, e que mais valia atirá-lo ao fogo que ser a causa da vossa perdição. Ah!, quantos existem sobre a Terra que um dia maldirão, nas trevas, por terem visto a luz! Oh!, sim, como são felizes os que na expiação, foram punidos pelos olhos! Seu alho não será causa de escândalo e de queda, e eles podem viver completamente a vida das almas, podem ver mais do que vós que tendes boa visão. Quando Deus me permite abrir as pálpebras de algum desses pobres sofredores e devolve-lo à luz, digo a mim mesmo: Alma querida, por que não conheces toda as delícias do Espírito, que vive de contemplação e de amor? Então não poderíeis para ver as imagens menos puras e menos suaves, que aqueles que podes entrever na tua cegueira.
Oh, sim, bem-aventurado o cego que quer viver com Deus! Mais feliz do que vós estais aqui, (à ler) ele sente a felicidade, pode tocá-la, vê as almas e pode lançar-se com elas nas esferas espirituais, que nem mesmo os predestinados da vossa Terra conseguem ver. O olho aberto está sempre pronto a fazer a alma cair; o olho fechado, pelo contrário, está sempre pronto a fazê-la subir até Deus. Crede-me, meus bons e queridos amigos, a cegueira dos olhos é quase sempre a verdadeira luz do coração, enquanto a vista é quase sempre o anjo tenebroso que conduz à morte.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Mas desde que aqui me encontro, numa assembleia em que se trata sobretudo de estudar, eu vos direi que os que estão privados da vista deviam considerar-se como os bem-aventurados da expiação. Lembrai-vos de que Cristo disse que era necessário arrancar o vosso olho, se ele fosse mau, e que mais valia atirá-lo ao fogo que ser a causa da vossa perdição. Ah!, quantos existem sobre a Terra que um dia maldirão, nas trevas, por terem visto a luz! Oh!, sim, como são felizes os que na expiação, foram punidos pelos olhos! Seu alho não será causa de escândalo e de queda, e eles podem viver completamente a vida das almas, podem ver mais do que vós que tendes boa visão. Quando Deus me permite abrir as pálpebras de algum desses pobres sofredores e devolve-lo à luz, digo a mim mesmo: Alma querida, por que não conheces toda as delícias do Espírito, que vive de contemplação e de amor? Então não poderíeis para ver as imagens menos puras e menos suaves, que aqueles que podes entrever na tua cegueira.
Oh, sim, bem-aventurado o cego que quer viver com Deus! Mais feliz do que vós estais aqui, (à ler) ele sente a felicidade, pode tocá-la, vê as almas e pode lançar-se com elas nas esferas espirituais, que nem mesmo os predestinados da vossa Terra conseguem ver. O olho aberto está sempre pronto a fazer a alma cair; o olho fechado, pelo contrário, está sempre pronto a fazê-la subir até Deus. Crede-me, meus bons e queridos amigos, a cegueira dos olhos é quase sempre a verdadeira luz do coração, enquanto a vista é quase sempre o anjo tenebroso que conduz à morte.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Vinde à Mim...
Deixai vir a mim os pequeninos, pois tenho o alimento que fortifica os fracos. Deixa vir a mim os tímidos e os débeis, que necessitam de amparo e consolo. Deixai vir a mim os ignorantes que eu os ilumine. Deixai vir a mim todos os sofredores, a multidão dos aflitos e dos infelizes, e eu lhes darei o grande remédio para os males da vida, revelando-lhes o segredo da cura de suas feridas. Qual é, meus amigos, esse balsamo poderoso, de tamanha virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as curas? é o amor, é a caridade! Se tiverdes esse fogo divino, o que havereis de temer? A todos os instantes da vossas vida direis: "Meu Pai, que se faça a tua vontade e não a minha! Se te apraz experimentar-me pelo dor e pelas tribulações, bendito seja! Porque é para o meu bem, eu sei, que a tua mão pesa sobre mim. Se te agrada, Senhor, apiedar-te de tua frágil criatura, dar-lhe ao coração as alegrias puras, bendito sejais também! Mas fazei que o amor divino não se amorteça na sua alma, e que incessantemente suba aos teus pés a sua prece de gratidão."
Se tiverdes amor, tendes tudo o que mais se pode desejar na Terra, pois tereis a pérola sublime, que nem as mais diversas circunstâncias, nem os malefícos dos que vos odeiam e perseguem, poderão jamais arrebatar. Se tiverdes amor, tereis colocado o vosso tesouro onde nem a traça nem a ferrugem os devoram, e vereis desaparecer insensivelmente da vossa alma tudo o que lhe possa manchar a pureza. Dia a dia sentireis que o fardo da matéria se torna mais leve. E, como um pássaro que voa nos ares e não se lembra da Terra, subireis incessantemente, subires sempre, até que a vossa alma, inebriada, se impregne da verdadeira vida, no seio do Senhor!
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Se tiverdes amor, tendes tudo o que mais se pode desejar na Terra, pois tereis a pérola sublime, que nem as mais diversas circunstâncias, nem os malefícos dos que vos odeiam e perseguem, poderão jamais arrebatar. Se tiverdes amor, tereis colocado o vosso tesouro onde nem a traça nem a ferrugem os devoram, e vereis desaparecer insensivelmente da vossa alma tudo o que lhe possa manchar a pureza. Dia a dia sentireis que o fardo da matéria se torna mais leve. E, como um pássaro que voa nos ares e não se lembra da Terra, subireis incessantemente, subires sempre, até que a vossa alma, inebriada, se impregne da verdadeira vida, no seio do Senhor!
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Deixai vir a mim os pequeninos
Disse o Cristo: " Deixai vir a mim os pequeninos." Essas palavras, tão profundas na sua simplicidade, não fazem apenas um apelo às crianças, mas também ás almas que gravitam nos círculos inferiores, onde a desgraça desconhece a esperança. Jesus chama a si a infância intelectual da criatura formada: os fracos, os escravos, os viciosos. Ele nada podia ensinar à infância física na matéria, sujeita ao julgo dos instintos, e ainda não integrada na ordem superior da razão e da vontade, que se exercem em torno dela e em seu benefício.
Jesus queria que os homens se entregassem a ele com a confiança desses pequenos seres de passos vacilantes, cujo apelo lhe conquistaria o coração das mulheres, que são todas mães. Assim, Ele submetia as almas à sua terna e misteriosa autoridade. Ele foi a flama que espantou as trevas, o clarim matinal que tocou a alvorada. Foi o indicador do Espiritismo, que deve por sua vez, chamar a si, não as crianças, mas os homens de boa-vontade. A ação viril está iniciada: não se trata mais de crer instintivamente e obedecer de maneira mecânica; é necessário que o homem siga a lei inteligente, que lhe revela a sua universalidade.
Meus bem-amados, eis chegado os tempos em que os erros explicados se transformarão em verdades. Nós vos ensinamos o verdadeiro sentido das parábolas. Nós vos mostraremos a correlação poderosa, que liga o que foi ao que é. Eu vos digo, em verdade: a manifestação espírita se eleva no horizonte, e eis aqui o seu enviado, que vai resplandecer como o sol sobre o cume dos montes.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Jesus queria que os homens se entregassem a ele com a confiança desses pequenos seres de passos vacilantes, cujo apelo lhe conquistaria o coração das mulheres, que são todas mães. Assim, Ele submetia as almas à sua terna e misteriosa autoridade. Ele foi a flama que espantou as trevas, o clarim matinal que tocou a alvorada. Foi o indicador do Espiritismo, que deve por sua vez, chamar a si, não as crianças, mas os homens de boa-vontade. A ação viril está iniciada: não se trata mais de crer instintivamente e obedecer de maneira mecânica; é necessário que o homem siga a lei inteligente, que lhe revela a sua universalidade.
Meus bem-amados, eis chegado os tempos em que os erros explicados se transformarão em verdades. Nós vos ensinamos o verdadeiro sentido das parábolas. Nós vos mostraremos a correlação poderosa, que liga o que foi ao que é. Eu vos digo, em verdade: a manifestação espírita se eleva no horizonte, e eis aqui o seu enviado, que vai resplandecer como o sol sobre o cume dos montes.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
terça-feira, 7 de maio de 2013
Cortar a mão fora...
Se a tua mão te serve de causa de escândalo, corta-a: figura enérgica, que seria absurdo tomar-se ao pé da letra, e que significa simplesmente a necessidade de destruirmos em nós todas as causas de escândalo, ou seja, do mal. É necessário arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa. Quer dizer ainda que mais vale para o homem ter a mão cortada, do que esta ser para ele o instrumento de uma ação má; ser privado da vista, do que os seus olhos lhe servirem para maus pensamentos. Jesus nada disse de absurdo, para quem souber compreender o sentido alegórico e profundo das suas palavras; mas muitas coisas não podem ser compreendidas sem a chave oferecida pelo Espiritismo.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Mal Necessário
Se assim é, dir-se-á, o mal é necessário e durará sempre, pois se viesse a desaparecer, Deus ficaria privado de um poderoso meio de castigar os culpados. É inútil, portanto, procurar melhorar os homens. Mas, se não houvesse culpados, não haveria necessidade de castigos. Suponhamos a humanidade transformada numa comunhão de homens de bem: nenhum procuraria fazer mal ao próximo, e todos seriam felizes, porque seriam bons. Tal é o estado dos mundos adiantados, dos quais o mal foi excluido. Tal será o estado da Terra, quando houver progredido suficientemente. Mas enquanto certos mundos avançam, outros se formam, povoados, por Espíritos primitivos, e que servem ainda de morada, de exílio e de luar de expiação para os Espíritos imperfeitos, rebeldes, obstinados no mal, rejeitados pelos mundos que se tornam felizes.
Mas ai daquele por quem vem o escândalo: quer dizer que o mal sendo sempre o mal, aquele que serviu, sem o saber, de instrumento para a justiça divina, sendo utilizados os seus maus instintos, nem por isso deixou de fazer o mal, e deve ser punido. É assim, por exemplo, que um filho ingrato é uma punição ou uma prova para o pai que o suporta, porque esse pai talvez tenha sido um mau filho, que fez sofrer o seu pai, e agora sofre a pena de talião. Mas o filho não terá desculpas por isso, e deverá ser castigado por sua vez, através dos seus próprios filhos ou de outra maneira.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismos" de Allan Kardec
Mas ai daquele por quem vem o escândalo: quer dizer que o mal sendo sempre o mal, aquele que serviu, sem o saber, de instrumento para a justiça divina, sendo utilizados os seus maus instintos, nem por isso deixou de fazer o mal, e deve ser punido. É assim, por exemplo, que um filho ingrato é uma punição ou uma prova para o pai que o suporta, porque esse pai talvez tenha sido um mau filho, que fez sofrer o seu pai, e agora sofre a pena de talião. Mas o filho não terá desculpas por isso, e deverá ser castigado por sua vez, através dos seus próprios filhos ou de outra maneira.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismos" de Allan Kardec
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Escândalos no Mundo
É necessário que sucedam escândalos no mundo, disse Jesus, porque os homens, sendo ainda imperfeitos, têm inclinação para o mal, e porque as más árvores dão maus frutos. Devemos, pois, entender, por essas palavras, que o mal é uma consequência da imperfeição humana, e não que os homens tenham obrigação de praticá-lo.
É necessário que venha o escândalo, para que os homens, em expiação na Terra, se punam a si mesmos, pelo contacto de seus próprios vícios, dos quais são as primeiras vítimas, e cujo inconvenientes acabam por compreender. Depois que tiverem sofrido o mal, procurarão o remédio no bem. A reacção desses vícios servem, portanto, ao mesmo tempo de castigo para uns e de prova para outros. É assim que Deus faz sair o bem do mal, que os próprios homens aproveitam as coisas más ou desagradáveis.
Se assim é, dir-se-á, o mal é necessário e durará sempre, pois se viesse a desaparecer, Deus ficaria privado de um poderoso meio de castigar os culpados. É inútil, portanto, procurar melhorar os homens. Mas, se não houvesse culpados, não haveria necessidade de castigos. Suponhamos a humanidade transformada numa comunhão de homens de bem: nenhum procuraria fazer mal ao próximo, e todos seriam felizes, porque seriam bons. Tal é o estado dos mundos adiantados, dos quais o mal foi excluído. Tal será o estado da Terra, quando houver progredido suficientemente. Mas enquanto certos mundos avançam, outros, se formam, povoados por Espíritos primitivos, e que servem ainda de moradia, de exílio e de lugar de expiação para os Espíritos imperfeitos, rebeldes, obstinados no mal, rejeitados pelo mundo que se tornam felizes.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
É necessário que venha o escândalo, para que os homens, em expiação na Terra, se punam a si mesmos, pelo contacto de seus próprios vícios, dos quais são as primeiras vítimas, e cujo inconvenientes acabam por compreender. Depois que tiverem sofrido o mal, procurarão o remédio no bem. A reacção desses vícios servem, portanto, ao mesmo tempo de castigo para uns e de prova para outros. É assim que Deus faz sair o bem do mal, que os próprios homens aproveitam as coisas más ou desagradáveis.
Se assim é, dir-se-á, o mal é necessário e durará sempre, pois se viesse a desaparecer, Deus ficaria privado de um poderoso meio de castigar os culpados. É inútil, portanto, procurar melhorar os homens. Mas, se não houvesse culpados, não haveria necessidade de castigos. Suponhamos a humanidade transformada numa comunhão de homens de bem: nenhum procuraria fazer mal ao próximo, e todos seriam felizes, porque seriam bons. Tal é o estado dos mundos adiantados, dos quais o mal foi excluído. Tal será o estado da Terra, quando houver progredido suficientemente. Mas enquanto certos mundos avançam, outros, se formam, povoados por Espíritos primitivos, e que servem ainda de moradia, de exílio e de lugar de expiação para os Espíritos imperfeitos, rebeldes, obstinados no mal, rejeitados pelo mundo que se tornam felizes.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
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