Disse o Cristo: " Deixai vir a mim os pequeninos." Essas palavras, tão profundas na sua simplicidade, não fazem apenas um apelo às crianças, mas também ás almas que gravitam nos círculos inferiores, onde a desgraça desconhece a esperança. Jesus chama a si a infância intelectual da criatura formada: os fracos, os escravos, os viciosos. Ele nada podia ensinar à infância física na matéria, sujeita ao julgo dos instintos, e ainda não integrada na ordem superior da razão e da vontade, que se exercem em torno dela e em seu benefício.
Jesus queria que os homens se entregassem a ele com a confiança desses pequenos seres de passos vacilantes, cujo apelo lhe conquistaria o coração das mulheres, que são todas mães. Assim, Ele submetia as almas à sua terna e misteriosa autoridade. Ele foi a flama que espantou as trevas, o clarim matinal que tocou a alvorada. Foi o indicador do Espiritismo, que deve por sua vez, chamar a si, não as crianças, mas os homens de boa-vontade. A ação viril está iniciada: não se trata mais de crer instintivamente e obedecer de maneira mecânica; é necessário que o homem siga a lei inteligente, que lhe revela a sua universalidade.
Meus bem-amados, eis chegado os tempos em que os erros explicados se transformarão em verdades. Nós vos ensinamos o verdadeiro sentido das parábolas. Nós vos mostraremos a correlação poderosa, que liga o que foi ao que é. Eu vos digo, em verdade: a manifestação espírita se eleva no horizonte, e eis aqui o seu enviado, que vai resplandecer como o sol sobre o cume dos montes.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
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