Deixai vir a mim os pequeninos, pois tenho o alimento que fortifica os fracos. Deixa vir a mim os tímidos e os débeis, que necessitam de amparo e consolo. Deixai vir a mim os ignorantes que eu os ilumine. Deixai vir a mim todos os sofredores, a multidão dos aflitos e dos infelizes, e eu lhes darei o grande remédio para os males da vida, revelando-lhes o segredo da cura de suas feridas. Qual é, meus amigos, esse balsamo poderoso, de tamanha virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as curas? é o amor, é a caridade! Se tiverdes esse fogo divino, o que havereis de temer? A todos os instantes da vossas vida direis: "Meu Pai, que se faça a tua vontade e não a minha! Se te apraz experimentar-me pelo dor e pelas tribulações, bendito seja! Porque é para o meu bem, eu sei, que a tua mão pesa sobre mim. Se te agrada, Senhor, apiedar-te de tua frágil criatura, dar-lhe ao coração as alegrias puras, bendito sejais também! Mas fazei que o amor divino não se amorteça na sua alma, e que incessantemente suba aos teus pés a sua prece de gratidão."
Se tiverdes amor, tendes tudo o que mais se pode desejar na Terra, pois tereis a pérola sublime, que nem as mais diversas circunstâncias, nem os malefícos dos que vos odeiam e perseguem, poderão jamais arrebatar. Se tiverdes amor, tereis colocado o vosso tesouro onde nem a traça nem a ferrugem os devoram, e vereis desaparecer insensivelmente da vossa alma tudo o que lhe possa manchar a pureza. Dia a dia sentireis que o fardo da matéria se torna mais leve. E, como um pássaro que voa nos ares e não se lembra da Terra, subireis incessantemente, subires sempre, até que a vossa alma, inebriada, se impregne da verdadeira vida, no seio do Senhor!
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
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