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sábado, 23 de março de 2013

Morte em tenra idade I.

É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperança seja cortada tão cedo! Mas de que esperanças quereis falar? Das esperanças da Terra onde aquele que se foi poderia brilhar, fazer sua carreira e sua fortuna? Sempre essa visão estreita, que não consegue elevar-se acima da matéria! Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida cheia de esperanças, segundo entendeis? Quem vos diz que ela não poderia estar carregada de amarguras? Considerais como nada as esperanças da vida futura, preferindo as da vida efémera que arrastais pela terra? Pensais, então, que mais vale um lugar entre os homens que entre os Espíritos bem-aventurados?
Regozijai-vos em vez de chorar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique, para sofrer connosco? Ah! essa dor se concebe entre os que não têm fé, e que vêem na morte a separação eterna. Mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre do seu invólucro corporal. Mães, sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós: sim, eles estão bem perto; seus corpos fluidicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento; mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque revelam uma falta de fé e constituem uma revolta a vontade de Deus. Vós que compreendeis a vida espiritual, escutais as pulsações de vosso coração, chamado esses entes queridos. E se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós mesmas a consolação poderosa que faz secarem as lágrimas, e essas aspirações sedutoras, que vos mostram o futuro prometido pelo Soberano Senhor.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec

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