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domingo, 10 de março de 2013

Pagar a Divida

Ao entrar no mundo dos Espíritos, o homem é semelhante ao trabalhador que comparece no dia de pagamento. À uns, dirá o patrão. "Eis a paga do teu dia de trabalho." A outros, aos felizes da Terra, aos que vivem na ociosidade, que puseram a sua felicidade na satisfação do amor e dos prazeres mundanos, dirá: "Nada tendes a receber, porque já recebestes o vosso salário na Terra. Ide e recomeçai a vossa tarefa."
O homem pode abrandar ou aumentar o amargo das suas provas, pela maneira de encarar a vida terrena. Maior é o sofrimento, quando o considera mais longo. Ora, aquele que se coloca no ponto de vista da vida espiritual, abrange na sua visão a vida corpórea, como um ponto no infinito, compreendendo a sua brevidade, sabendo que esse momento penoso passa bem depressa. A certeza de um futuro próximo e mais feliz o sustenta e encoraja, se em vez de lamentar-se, ele agradece ao céu as dores que o fazem avançar. Para aquele que, ao contrário, só vê a vida corpórea, esta parece interminável, e a dor pesa sobre ele com todo o seu peso. O resultado da maneira espiritual de encarar a vida é a diminuição de importância das coisas mundanas, a moderação dos desejos humanos, fazendo o homem contentar-se com a sua posição sem invejar a dos outros, e sentir menos os seus reveses e decepções. Ele adquire, assim, uma calma e uma resignação tão úteis à saúde do corpo como à da alma, enquanto com a inveja, o ciúme e a ambição, entrega-se voluntariamente à tortura, aumentando as misérias e as angústias de sua curta existência.
Texto retirado do livro " O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec

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