Vossa terra é por acaso um lugar de alegrias, um paraíso de delícias? A voz do profeta não soa ainda aos vossos ouvidos. Não clamou ele que haveria choro e ranger de dentes para os que nascessem neste vale de dores? Vós que nele viestes viver, esperais, portanto, lágrimas ardentes e penas amargas, e quando mais agudas e profundas forem as vossas dores, voltai os olhos ao céu e bendizei ao Senhor, por vos ter querido provar! Oh, Homens! não reconhecereis o poder de vosso Senhor, senão quando ele curar as chagas do vosso corpo e encher os vossos dias de beatitude e de alegria. Não reconhecereis o seu amor, senão quando ele adornar vosso corpo com todas as glórias, e lhe der o seu brilho e o seu alvor. Imitai aquele que vos foi dado para exemplo. Chegando ao último degrau da abjecção e da miséria, estendido sobre um monturo, ele chamou Deus:" Senhor! Conheci todas as alegrias da opulência, e vós me reduzistes à mais profunda miséria! Graças, graças, meu Deus, por terdes querido provar o vosso servo!" Até quando os vossos olhos só alcançarão os horizontes marcados pela morte? Quando, enfim, vossa alma quererá lançar-se além dos limites do túmulo? Mas ainda que tivésseis de sofre uma vida inteira que seria isso, ao lado de eternidade de glória reservada àqueles que houver suportado a prova com fé, amor e resignação? Procurai, pois, a consolação para os vossos males no futuro que Deus vos prepara, e vós, os que mais sofreis, julgar-vos-eis os bem-aventurados da Terra.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
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