E os discípulos lhe perguntaram, dizendo:
Pois por que dizem os escribas que importa vir Elias primeiro?
Mas ele, respondendo, lhes disse:
Elias certamente há-de vir, e restabelecerá todas as coisas: digo-vos, porém, que Elias já veio, e eles não o conheceram, antes fizeram dele quanto quiseram. Assim também o filho do Homem há-de padecer às suas mãos. Então compreenderam os discípulos que de João Baptista é que Ele lhes falara.
(Mateus, XVII: 10-13; Marcos, XVIII: 10-12)
A reencarnação fazia parte dos dogmas judeus, sob o nome de ressurreição. Somente os saduceus, que pensavam que tudo acabava com a morte, não acreditavam nela. As ideias dos judeus sobre essa questão, como sobre muitas outras, não estavam claramente definidas, porque só tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Eles acreditavam que um homem podia reviver, sem terem uma ideia precisa da maneira por que isso se daria, e designavam pela palavra ressurreição o que o Espiritismo chama, mais justamente, de reencarnação. Com efeito, a ressurreição supõe o retorno a vida do próprio cadáver, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já muito dispersos e consumidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, novamente constituído que nada tem a ver com o antigo. A palavra ressurreição podia, assim, aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos demais profetas. Se, portanto, segundo sua crença, João Baptista era Elias o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João tinha sido visto criança e seus pais eram conhecidos. João podia ser, pois, Elias reencarnado, mas não ressuscitado.
Texto retirado do livro" O Evangelho Segundo O Espiritismo" de Allan Kardec
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