Um pai de família chega a casa depois de um dia de trabalho, senta-se no sofá a observar as contas do mês por pagar, algumas já vencidas e outras por vencer, é quando neste momento entra em sua casa o seu filho de quatro anos e a sua mulher, como toda a criança nestes dias de desanimo parece que chegam com mais energia e eufóricos correndo em direcção ao pai diz lhe: pai, pai, feliz aniversario a mamã disse que fazias trinta e oito anos és muito grande! O pai embutido na amargura de nem dinheiro ter para comprar um bolo, querendo mesmo que o dia acabe o mais rápido possível, nem responde. Mas a filho continua: pai, pai vou te dar trinta e oito beijinhos e a mãe vai ajudar a contar. A mãe reparando no desanimo do marido nem se atreve se quer a dar-lhe um beijo, e como já prevendo uma má resposta por parte do pai, chama o seu filho. Mas, com o entusiasmo de uma criança, que gostam tanto de comemorar o seu aniversário, continua e passa a dar os beijos ao pai no, sexto beijo o pai em tom de reprovação diz: Oh! Filho agora não! Estou ocupado. O filho fez silencio de imediato. O pai apercebendo-se da sua brutalidade e olhando para o seu filho imóvel a sua frente já de lágrimas nos olhos incapaz de perceber porque não podia dar beijos ao pai, refaz as suas palavras e diz: Logo quando o pai acabar o que esta a fazer. O filho não responde engole o desapontamento e vai para o seu canto brincar sem querer incomodar ninguém. Passados dois dias e a mesma hora daquela má resposta dá da por parte do pai, o seu telemóvel toca, é do hospital sua mulher e seu filho haviam sido atropelados quando se redigiam para casa quando saiam de um parque. A mulher estava estável e seu filho teve morte imediata. Seu corpo foi sepultado num pequeno cemitério não muito longe do local onde o trágico acidente ocorrera. Aquele pai, todos os dias fazia a trajetória que o levava ao cemitério, sendo obrigado a passar pelo parque onde o seu filho era feliz e pelo local da tragédia. A vida havia perdido o sentido para aquele pai, que nunca mais soube ver beleza em nada que o rodeava, tudo era triste, tudo era sofrimento, pois a única coisa que ele queria era que o seu filho terminasse de lhe dar os beijos que havia começado, a uns dias atrás, em sua mente só havia um pensamento, o de pedir desculpas ao seu filho por o ter magoado, por não ter retribuído com afeto, o afeto que o seu pequeno coraçãozinho do seu filho lhe transmitira nesse dia.
As vezes por motivos banais, deixamos passar oportunidades únicas, que jamais se repetirão são momentos em que uma distracção nos afasta do abraço afectuoso de um ser querido, que nos poderá deixar em breve.
Depois, o que resta... essa dor que é fogo que queima e nos consome por dentro.
Mas não é necessário que a pessoa a quem negamos nossa atenção seja arrebatada pela morte, para sentirmos a desconforto do arrependimento.
Quantos filhos deixam de procurar seus pais, por falta de atenção, e vão em busca de alguém ou de alguma coisa que colmate essa falta.
Quantas esposas se fecham dentro de sí mesmas depois de varias tentativas de diálogo com o companheiro indiferente e frio.
Por todas essas razões, é imperativo pensar, nos braços que se estendem para um abraço, nos lábios que se dispõem para um beijo, nas mãos que se oferecem para um carinho.
Um gesto de ternura deve ter sempre como retribuição um gesto de carinho, mesmo sobrecarregados de trabalho, cansados, desmotivados, etc...
Uma demonstração de amor é sempre bem vinda, para dar uma nova cor as nossas horas diárias de luta.
O amor, quando chega, consome as trevas, clareia o caminho, perfuma o ambiente e refaz o ânimo de quem lhe recebe a sua visita.
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