Que vos direi, que já não conheceis, dos mundos de expiações, pois que basta considerar a Terra que habitais? A superioridade da inteligência, num grande número de seus habitantes, indica que ela não é um mundo primitivo, destinado à encarnação de Espíritos ainda mal saídos das mãos do Criador. Suas qualidades inatas são a prova de que já viveram e realizaram um certo progresso, mas também os numerosos vícios a que se inclinam são o indício de uma grande imperfeição moral. Eis porque Deus os colocou num mundo ingrato para a expiarem suas faltas através de um trabalho penoso e das misérias da vida, até que se façam merecedores de passar para um mundo mais feliz.(...)
A terra nos oferece, pois um dos tipos de mundos expiatórios, em que as variedades são infinitas, mas têm por carácter comum servirem de lugar de exílio para os Espíritos rebeldes à lei de Deus. Nesses mundos, os Espíritos Espíritos exilados têm de lutar, ao mesmo tempo, contra a perversidade dos homens e a inclemência da natureza, trabalho duplamente penoso, que desenvolve a uma só vez as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, na sua bondade, torna o próprio castigo proveitoso para o progresso do Espírito.
Santo Agostinho, Paris, 1861
Texto retirado do livro" O Evangelho Segundo O Espiritismo" de Alan Kardec
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