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terça-feira, 23 de abril de 2013

Adultério, Vitória.

Ouvistes que foi dito aos amigos: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo o que olhar para uma mulher, cobiçando-a, já no seu coração adulterou com ela.
Mateus, V: 27-28

A palavra adultério não deve ser aqui entendida no sentido exclusivo de sua acepção própria, mas com sentido mais amplo. Jesus a empregou frequentemente por extensão, para designar o mal, o pecado, e todos os maus pensamentos, como, por exemplo, nesta passagem: "Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, acompanhado dos santos anjos."
Marcos: VIII: 38

A verdadeira pureza não está apenas nos atos, mas também no pensamento, pois aquele que tem o coração puro nem sequer pensa no mal. Foi isso que Jesus quis dizer, condenando o pecado, mesmo em pensamento, porque ele é um sinal de impureza.
Este princípio leva-nos naturalmente a esta questão: Sofrem-se as consequências de um mau pensamento que não se efetuou?
Temos de fazer aqui uma importante distinção. À medida que a alma, comprometida no mau caminho, avança na vida espiritual, vai-se esclarecendo, e pouco a pouca se liberta de suas imperfeições, segundo a maior ou menor boa-vontade que emprega, em virtude do seu livre-arbítrio. Todo mau pensamento é portanto, o resultado da imperfeição da alma. Mas, de acordo com o desejo que tiver de se purificar, até mesmo esse mau pensamento se torna para ela um motivo de progresso, porque o repele com energia. É o sinal de uma mancha que ela se esforça por apagar. Assim, não cederá à tentação de satisfazer um mau desejo, e após haver resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec

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