Oh, meu Deus, será preciso que Cristo volte novamente à Terra, para ensinar aos homens as Tuas leis, que eles esqueceram? Deverá ele ainda expulsar os vendilhões do templo, que maculam tua casa, esse recinto de orações? E, quem sabe? Oh, homens, se eu vos concedesse essa graça, se não o renegaríeis de novo, como outrora? Se não o acusaríeis de blasfemo, por vir abater o orgulho dos fariseus modernos? Talvez, mesmo, se não o faríeis seguir de novo o caminho do Gólgota?
Quando Moisés subiu ao Mote Sinai, para receber os mandamentos da Lei de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o verdadeiro Deus, Homens e mulheres entregaram suas jóias e seu ouro, para a fabricação de um ídolo que adoraram. Homens civilizados, fazei entretanto, como eles. O Cristo vos deixou a sua doutrina, vos deu o exemplo de todas as virtudes, mas abandonastes exemplos e preceitos. Cada um de e vós, carregando as suas paixões, fabricou um deus de acordo com a sua vontade: para uns terrível e sanguinário; para outros indiferente aos interesses do mundo. O deus que fizestes é ainda o bezerro de ouro, que cada qual apropria aos seus gostos e às suas ideias.
Despertai, meus irmãos, meus amigos! Que a voz dos Espíritos vos toque o coração. Sede generosos e caridosas, sem ostentação. Quer dizer: fazei o bem com humildade. Que cada um vá demolindo aos poucos os altares elevados ao orgulho. Numa palavra: sede verdadeiros cristãos, e atingireis o reino da verdade. Não duvideis mais da bondade de Deus, agora que Ele vos envia tantas provas. Viemos preparar o caminho para o cumprimento das profecias. Quando o Senhor vos der uma manifestação mais esplandescente da sua clemência, que o enviado celeste vos encontre reunidos numa grande família; que os vossos corações, brandos e humildes, sejam dignos de receber a palavra divina que Ele vos trará; que o eleito não encontre em seu caminho senão as palmas dispostas pelo vosso retorno ao bem, à caridade, à fraternidade; e então o vosso mundo se tornará um paraíso terreno. Mas se permanecerdes insensíveis à voz dos Espíritos, enviados para purificar e renovar a vossa sociedade civilizada, rica em conhecimentos e não obstante tão pobre de bons sentimentos, ah! nada mais nos restará do que chorar e gemer pela vossa sorte. Mas, não, assim não acontecerá. Voltai-vos para Deus, vosso pai, e então nós todos, que trabalhamos para o cumprimento da sua vontade, entoaremos o cântico de agradecimento ao Senhor, por sua inesgotável bondade, e para O glorificar por todos os séculos. Assim seja.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec
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