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domingo, 21 de abril de 2013

Homem Inteligênte

Não vos orgulheis por aquilo que sabeis, porque esse saber tem limites bem estreitos, no mundo que habitais. Mesmo supondo que sejais uma das sumidades desse globo, não tendes nenhuma razão para vos envaidecer. Se Deus, nos seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, foi por querer que a usásseis em benefício de todos. Porque é uma missão que Ele vos dá, pondo em vossas mãos o instrumento como o qual podeis desenvolver, ao vosso redor, as inteligências retardatárias e conduzi-las a Deus. A natureza do instrumento não indica o uso que ele se deve fazer? A enxada que o jardineiro põe nas mãos da seu ajudante não indica que ele deva cavar? E o que diríeis se o trabalhador, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu senhor? Direis que isso é horroroso e que ele deve expulso. Pois bem, não se passa o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir, entre os seus irmãos, a ideia da Providência? Não ergue contra o seu Senhor a enxada que lhe foi dada para preparar o terreno? Terá ele direito ao salário prometido, ou merece, pelo contrário, ser expulso do jardim? Pois o será, não o duvides, e arrastará existências miseráveis e cheias de humilhação, até que se curve diante d`Aquele a quem tudo deve.
A inteligência é rica em mérito para o futuro, mas com a condição de ser bem empregada. Se todos os homens bem dotados se servissem dela segundo os desígnios de Deus, a tarefa dos Espíritos seria fácil, ao fazerem progredir a humanidade. Muitos infelizmente, a transformar em instrumentos de orgulho e de perdição para si mesmo. O homem abusa de sua inteligência, como de todas as suas faculdades, mas não lhe faltam lições, advertindo-o de que uma poderosa mão pode retirar-lhe o que ela mesmo lhe deu.
Texto retirado do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec

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